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ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE BAGÉ – ATUAL CENTRO ADMINISTRATIVO

A história da Estrada de Ferro Rio Grande-Bagé – iniciou em 1873, quando o decreto n° 2397, de 10 de setembro, originou o projeto da linha Rio Grande-Bagé-Alegrete.

       O contrato para exploração e estudos dessa linha foi assinado em 15 de abril de 1874, de conformidade com decreto n° 5565, de 14 de março do mesmo ano.

       Era concessionária dessa estrada o cidadão Higino Correia Durâo, que desistira dos direitos provenientes da concessão que lhe fora feita pelo Governo Provincial em 1871.

       O contrato em referência, obedecia mais ou menos, os moldes do contrato para aexploração e estudos da Estrada de Ferro de Porto Alegre a Uruguaiana., com a diferença na divisão de trechos, que era a seguinte:

 

 

            1ª – Uma parte de Rio Grande a Bagé, constando de cinco secções sendo a primeira de Rio Grande a Pelotas, a Segunda de Pelotas a margem do Rio Piratini, a terceira do Rio Piratini a Pedras Altas, a Quarta de Pedras Altas a Candiota e a Quinta de Cnadiota a Bagé.

 

       2ª – Uma parte de Bagé a Alegrete, constando de três secções, sendo a primeira de Bagé a Dom Pedrito, a Segunda de Dom Pedrito a Santa Maria e a terceira de Rosário a Alegrete.

 

       Ao governo cabia o direito de fazer as modificações convenientes nesse plano, ficando o empresário com a obrigação de fazer todos os estudos técnicos necessários e apresentar o projeto definitivo da primeira parte dentro de seis meses e a Segunda parte dentro de quinze meses.

      

       A 22  de agosto de 1874, o Engenheiro Eduardo José de Moraes recebeu instruções do governo para fiscalizar também os estudos da linha Rio Grande aAlegrete.

       O contrato com Higino Durão foi prorrogado, porém o concessionário não conseguiu levar a termo.

       Em dezembro do mesmo ano a '' Compagnie Impériale du Chenin de Fer'', por decreto n° 8346, conseguiu obter previlégio para a construção, uso e gozo de uma Estrada de Ferro de Rio Grande a Bagé em 1883. Meses depois houve  fusão da ''Compagnie Impériale du Chenin de Fer'' com a ''Southern Brasilian Rio Grande do Sul Company''.

       A 7 de julho de 1883, essa nova companhia foi autorizada a funcionar no Império.

 

Boletim da Sociedade de Engenharia do RGS

 

       Em 15 de novembro de 1881, a Câmara Municipal contratou os ilustres cavalheiros Dr. Pio Ângelo da Silva, tenente-coronel José Joaquim de Godoy e Porphyro Alves da Silva, residentes em Rio Grande, para integrarem uma comissão representativa, na inauguração dos trabalhos da Estrada de Ferro Southen Brasilian.

       Esse prédio foi contruído e inaugurado em 2 de dezembro de 1884, por ocasião da inauguração da Linha Bagé – Rio Grande.

       O ato inaugural decorreu no meio do maior entusiasmo, tendo partido de Rio Grande para Bagé três trens especiais, o primeiro conduzindo comissões da praça de Rio Grande, o segundo com comissões e convidados de Pelotas e o terceiro levando, um carro de luxo, o conselheiro Gaspar Silveira Martins, o seu oficial de Gabinete Aurélio Bittencourt, os engenheiros Duprat, Bonafons e outras personalidades.

       Em Bagé, festejaram o grande acontecimento no dia 3 de dezembro, com Te-Deum em Ação de Graças, um cortejo à Efígie do Imperador, no Paço Municipal e um grande Baile.

Fonte – Fortunato Pimentel

 

“ Toda a extensão de 280.273 metros foi inaugurada nesta data. Em 1896 foi o tráfego até a Estação de S. Sebastião, no ramal de Bagé a Cacequi. Entre Rio Grande e Bagé corriam dois trens diários (1 e 2), um em cada direção, exceto aos domingos. Havia mais dois trens diários (3 e 4) entre Rio Grande e Pelotas. Além destes trens, havia seis de carga, sendo dois de Rio Grande a Bagé, dois de Bagé a Rio Grande, um de Cerro Chato (entre Pedras Altas e Piratini) a Bagé e outro de Bagé a Cerro Chato. Nas 2°s, 4°s e 5°s corria um trem de Bagé a São Sebastião.

 

       Entre Rio Grande e Bagé, havia 17 estações.

       Colégio, companhias Líricas, esquestres, dramáticas, clubes, bandas de música, etc... quando viajarem de 1° Classe em número superior a 10 pessoas, terão abatimento de 50% na importância das passagens e no frete das bagagens''.

       A Estação Telegráfica da Estrada de Ferro também funcionava neste prédio.

       ''A tava dos telegramas na linha da estrada é de 100 réis por palavra até 15 letras. Entra na contagem das palavras, tudo que se escrever e conta-se como uma palavra os números até 5 algarismos. As palavras sublinhadas contam-se como duas. Os telegramas com a declaração – URGENTE – estão sujeitos a taxa dupla. Entregam-se ao destinatário, no raio de um quilometro a contar da Estação, os telegramas que pagarem mais 500 réis. Não serão sujeiros a essa taxa os que se destinam a pontos compreendidos no perímetro das cidades de Rio Grande, Pelotas e Bagé''.   

 

Almanak  do RGS – 1899

 

       Em 14 de outubro de 1924, um incêndio destruiu completamente o prédio. No local, sessenta dias depois, foi iniciada a reconstrução da nova Estação Ferroviária, que cumpriu sua missão até mais da metade do século 20.

       Na década de 70, quando os trilhos saíram do centro da cidade, a Estação passou a funcionar em Santa Thereza. Na administração de Carlos Sá Azambuja, mediante permuta com a Viação Férrea, o prédio da Antiga Estação passou a abrigar o Centro Administrativo da Prefeitura de Bagé (1980).

 

Fonte:

Livro: Inventário Cultural de Bagé: Um Passeio pela História

Autor: Elizabeth Macedo de Fagundes

Editora: Praça da Matriz Editora

Ano: 2005

Sites and applications used to build the project.

COMPREB

Pessoas e Instituições que Contribuiram para este Projeto:

Museu Dom Diogo de Souza

Dione Terezinha Oliveira

Autores do Projeto

 

Marcele Berta

Rennata Oliveira

Rafael Conceição

Silvana Carvalho Silva

Juliano Munhoz

Raquel Berta

Mariana Berta

Patricia de Abreu Berta

Tiago Radmann

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